sexta-feira, 6 de maio de 2011


O Professor ajudando a redescobrir caminhos

Rachel pepe reis
rrcavalcanti@yahoo.com.br

Trazemos na bagagem de nossas histórias, as lembranças de onde estivemos e as marcas do que vivemos na caminhada. E são justamente essas marcas e lembranças que dão sentido a nossa trajetória e nos ajudam a escolher novos caminhos,

O resgate da identidade pessoal e coletiva na EJA pode trazer a tona a memória de suas vidas. Incentivar a memória histórica do grupo com o qual se trabalha e estimular a memória individual é dar significado ao tempo e a própria história. Embora pareça, não é uma tarefa simples. A sociedade atual privilegia rapidez e produção, superficialidade e quantidade. Não há muitas brechas para o movimento de escuta e de expressão de nossas memórias. Nesse sentido, o compromisso do professor da EJA deve ser grande, no sentido de reconhecer em seus alunos histórias de negação e, ao mesmo tempo, de resistência e superação. Histórias essas que foram construídas e revisadas na pluralidade das diferentes linguagens, trazendo a tonas semelhanças e diferenças.

O professor deve tomar cuidado para não reforçar essas diferenças, assumindo posturas ingênuas diante da diversidade cultural. Querer tratar o diferente como igual pode agravar desigualdades.

Devemos considerar a cultura de origem e a experiência de vida dos alunos da EJA como pontos de partida para a prática pedagógica voltada para as reais interesses e necessidades dessa demanda. O diálogo entre jovens e adultos deve ser estimulado, pois ambos vivem em mundos diferentes

Hoje em dia temos a sensação que nossas crenças e ideologias que construíram nossa sociedade falharam no seu propósito. Esse vazio produz uma recusa de ideais universais de igualdade, justiça e solidariedade, tão comuns nos discursos pedagógicos. Pensar sobre os valores que estamos ajudando a construir e a desconstruir é fundamental, e para isso é preciso perceber nossos alunos em sua totalidade, compreender que o que eles pensam não está dissociado do que sentem e do que são. Ouvir, intervir e atuar deveriam ser a tríade das estratégias de educação.

Os alunos da EJA anseiam, por seu histórico de evasão, êxodo do local de origem e outras inúmeras dificuldades, compreender a sua história, sonham em ser feliz e conquistar uma real participação na sociedade.

Sobre o Autor

Bacharel e licenciada em Psicologia pela PUC/RL e Graduanda em Pedagogia pelo Iserj/Faetec

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